Noticia publicada no "Jornal de Noticias" no dia 03 de Janeiro de 2014 |
Na reunião da Câmara Municipal de
Alijó realizada esta Quarta-feira, o vereador do MAIS, Miguel Rodrigues, tomou
posição sobre a notícia do JN sobre Alijó. Transcreve-se a sua declaração:
"Não posso deixar de tomar posição sobre a notícia
publicada no “Jornal de Notícias”, na sua edição de 03-01-2014, sob o título “Dívida
estrangula Município”. Designadamente dois aspetos que aqui devem ser
desmentidos, por não corresponderem à verdade.
O primeiro tem a ver com a “surpresa” que o Presidente da
Câmara invoca sobre o endividamento da Câmara de Alijó. As dificuldades
financeiras da Autarquia eram já do domínio público e qualquer munícipe
minimamente atento disso tinha conhecimento. Aliás, enquanto candidato, o atual
Presidente da Câmara várias vezes se referiu à Câmara de Alijó como estando em
“desequilíbrio financeiro estrutural”, pelo que não ignorava as dificuldades,
nem podia, pois tal seria incompreensível num candidato.
Não pode, portanto, utilizar a “surpresa” como desculpa para
não resolver os problemas, pois para isso foi eleito.
É, de resto, um vício frequente na política convencional, o
de se adotarem discursos eleitorais desajustados da realidade, para logo após a
tomada de posse se invocar a “surpresa” da herança para nada resolver.
Talvez seja disso mesmo demonstrativo o discurso do então
candidato, na campanha eleitoral, centrado quase exclusivamente na agricultura
e na valorização dos agricultores, para agora, após as eleições e já Presidente
da Câmara, orçamentar apenas €16.000,00 para a “agricultura, caça e pesca” para
todo o ano de 2014, ou seja, menos do que vai gastar com vencimentos do
secretário que nomeou para o novo “Gabinete de apoio à vereação”. Afinal, a
“dívida” não impede as nomeações políticas e a promoção do aparelho partidário que
acabam por prevalecer. E em tão curto espaço de tempo foram já efetuadas duas
nomeações políticas por este Presidente de Câmara, cujos encargos são agora
suportados pelos cofres da Autarquia. O que retira toda a coerência nas
preocupações manifestadas sobre as dificuldades financeiras do Município.
A outra incorreção contida na notícia tem a ver a esperança
depositada pelo Presidente da Câmara no “Fundo de Apoio Municipal que está
ser desenhado”. Na verdade, não se trata de um “Fundo de Apoio”, mas sim do
Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) e de um Plano de Reequilíbrio
Financeiro (PRF), já “desenhados” no final de 2012, aceite pelo Governo, com
assinaturas de três Secretários de Estado, incluindo a atual Ministra das
Finanças, e que aguarda visto do Tribunal de Contas.
A notícia do JN termina de modo infeliz, com o Presidente da
Câmara declarando que “não vai ser possível fazer quase nada”, o que é
uma afirmação imprópria para um Presidente de Câmara em início de mandato. Um
discurso de lamentações, desculpas, mas nenhumas soluções e, sobretudo,
demonstrador da inexistência de uma estratégia que, no meio de tantas
contrariedades, possa apontar um caminho de esperança e confiança à população
deste concelho."