domingo, 4 de março de 2012

REUNIÃO NA CAMARA MUNICIPAL DE ALIJÓ PARA DEBATER A SAÚDE NO CONCELHO

A Reorganização da Prestação de Cuidados de Saúde, recentemente operada no Centro de Saúde de Alijó, conduziu ao encerramento de algumas Extensões, nomeadamente a Chã que servia de atendimento á população da Freguesia de Carlão sendo mais um sério obstáculo à prestação de cuidados de saúde que se querem de proximidade. Esta medida afecta sobretudo uma população maioritariamente envelhecida, mais pobre e desprotegida. Sendo que a nossa população segundo os censos 2011, apresenta um preocupante índice de envelhecimento, o qual se desaconselha que seja dificultada a prestação de cuidados de saúde. Acresce que não existem transportes públicos, exceptuando os transportes escolares o que impossibilita e torna mais cara a deslocação dos utentes, pois grande parte da população mais idosa não dispõe de meios de transporte próprio, nem meios económicos que permitam pagar um táxi, para o Centro de Saúde de Alijó, para onde foi deslocado o acompanhamento médico e de enfermagem, na sequência do encerramento da extensão de saúde.
Anteriormente já foi encerrado o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde, para além das sucessivas reduções no horário de funcionamento, bem como o fecho da Extensão de Saúde de Carlão.
É nosso entender que em vez de deslocar as populações, deve proceder-se à deslocação dos médicos e restantes serviços operativos, para junto da população afectada.

Ora nesta sequência foi convocada uma reunião para debater o actual estado da saúde no Concelho e apresentar alternativas aos recentes encerramentos das Extensões de Saúde e consolidar uma posição por parte do Município de Alijó para contestar junto da ARS-Norte todos estes encerramentos. A reunião teve lugar na Câmara Municipal de Alijó com todo o Executivo Camarário e os Presidentes das Juntas de Freguesia afectadas pelo encerramento das Extensões de Saúde, sendo que o Presidente da Câmara Municipal deu ordem verbal aos Presidentes das Juntas de Freguesia para se fazerem acompanhar dos membros da oposição das respectivas Assembleias de Freguesia. Acontece que a Presidente da Junta de Freguesia de Carlão não convocou ninguém da oposição, serve mais este exemplo para demonstrar o interesse que tem na defesa dos interesses da população da Freguesia de Carlão.
Desta reunião resultou uma exposição a remeter à ARS-Norte, depois de presente a reunião de Câmara extraordinária e logo de seguida à Assembleia Municipal.

SOUTO MOURA ENTERRA CENTRAL DE FOZ TUA EM BUNKER NO MONTE

Barragem vai ter casa das máquinas dissimulada no interior do monte para reduzir impacto visual da central na zona Património Mundial da Humanidade

Imagem virtual do final da obra

O projecto de Souto Moura para a barragem de Foz Tua prevê o corte do monte para construir um edifício técnico que depois será tapado com rocha e terra, preservando ao máximo a paisagem do vale.
É uma solução inovadora que esconde por baixo do solo as zonas técnicas e sociais da barragem, apenas deixando à superfície as peças transformadoras. A EDP confia que o novo projeto irá agradar à UNESCO, não temendo, por isso, a desclassificação do Alto Douro vinhateiro como Património Mundial da Humanidade.
Para minimizar o impacto visual e integrar a obra na sua envolvente natural, Souto Moura desenhou uma solução parecida com a do Estádio Axa, em Braga, também da sua autoria. Será feito um corte de perto de 90 graus no monte para acolher o edifício de aproveitamento hidroelétrico e, depois, a construção será tapada com pedra e solo e serão plantadas oliveiras, mantendo-se, assim, o corte original do monte e a harmonia visual do vale. "O edifico está lá, tem é uma arrumação diferente do costume", explicou, ontem, no Porto, o autor do projeto. "Está dissimulado num bunker que minimiza o impacto do betão", acrescentou o vencedor do Pritzker 2011 - a mais importante distinção mundial de arquitetura.
O presidente da EDP, António Mexia, mostrou-se satisfeito com "este exercício, unanimemente reconhecido como de enorme qualidade", que "transformou uma coisa claramente intrusiva em qualquer coisa que está totalmente inclusiva". A obra deverá concluir-se em 2015.
Recorde-se que, em outubro passado, a empresa tinha convidado Souto Moura para minimizar os impactos da barragem de Foz Tua - inserida em parte na zona Património Mundial - depois de técnicos da UNESCO terem ameaçado com uma desclassificação. A experiência terá sido tão do agrado da EDP que todas as futuras casas de máquinas também serão encomendadas a vencedores do Pritzker, anunciou Mexia.
A solução caiu bem junto de alguns autarcas do Tua presentes na apresentação. "Prova que quando os desafios são grandes, mas a qualidade também é superior se conseguem excelentes resultados", disse Artur Cascarejo, presidente da Câmara Municipal de Alijó. José Silvano, ex-edil de Mirandela, gostou da solução e espera que se vá mais além, para "conseguir também integrar o paredão".

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sábado, 3 de março de 2012

JOSÉ SILVANO À FRENTE DA AGÊNCIA QUE VAI GERIR MILHÕES PARA PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO

Fundos advêm das contrapartidas da EDP pela construção da Barragem

O antigo autarca, que deixou o município transmontano no final de dezembro, depois de 16 anos de presidência, confirmou à Lusa que o novo cargo enquadra-se naquelas que sempre foram as suas pretensões, depois de abandonar as lides autarquias: ficar ligado a projetos que contribuam para o desenvolvimento da região. A agência faz parte das contrapartidas impostas à EDP pelos impactes da barragem em construção, há um ano, na foz do rio Tua com o Douro, no Nordeste Transmontano, e terá uma presidência rotativa por cada um dos municípios da área de influência. O primeiro a assumir a presidência é Alijo e seguem-se Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor, mas as funções executivas cabem a José Silvano, ele que foi o único dos cinco autarcas que se opôs à construção da barragem, em defesa da linha do Tua. Em declarações à Lusa, Silvano considerou que "não é um paradoxo", pois entende que, já que não foi possível travar a barragem, as novas funções serão "uma forma de ajudar a compensar a região com as contrapartidas". A nova agência vai gerir, em conjunto com o Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), um fundo que está já a ser aprovisionado e que corresponde a cerca de meio milhão de euros anuais durante os cinco anos de construção. Segundo a EDP, este valor poderá duplicar quando o empreendimento começar a produzir e corresponderá a três por cento da faturação líquida anual da produção de eletricidade. José Silvano explicou que metade deste fundo destina-se à criação de um parque natural naquela zona do Tua, 25 por cento ao desenvolvimento local e a restante percentagem à promoção turística. À agência competirá também construir o museu da memória do Vale do Tua e apoiar projetos locais de desenvolvimento regional, turísticos, de proteção da natureza e programas de empreendedorismo e desenvolvimento regional. O novo organismo, em que são parceiros os municípios e a EDP, terá também em mãos o ainda incerto plano de mobilidade imposto na Declaração de Impacto Ambiental como contrapartida pelos 16 quilómetros da linha do Tua que a albufeira vai submergir. Um terço da ferrovia ficará debaixo de água e o restante necessitará de um investimento intensivo, na ordem de dezenas de milhões de euros. Competirá à agência estudar a viabilidade da recuperação do troço entre a Brunheda e Mirandela. O troço final, entre a barragem e a estação do Tua, conta já com dez milhões de euros da EDP para um funicular para subir a encosta da margem esquerda do rio até ao nível do coroamento da albufeira e aquisição de barcos para transportar as pessoas até à cauda da mesma. Lusa.

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